Há momentos na vida em que possuímos a agenda cheia, quando o tempo parece não dar para tudo que precisamos fazer naquele dia. Vamos, estafados, de um compromisso para o outro, buscando fazer o melhor, esperando que tudo dê certo e que, no fim, o balanço de acertos seja maior do que o de erros.
Há outras fases em que o tempo livre aumenta de tamanho e nos pomos a meditar com mais constância, temos como nos lembrar de amigos que não mais encontramos, de momentos que já se foram, alegres ou tristes, enfim, são como que pausas que a vida nos oferece, talvez para que acertemos o passo, tendo mais segurança sobre para onde queremos ir.
De qualquer jeito, andando com mais pressa, ou com mais tranquilidade, continuamos sendo quem somos, em busca de fazermos o melhor em todas as ocasiões, sempre dando e recebendo, podendo muito pouco controlar o que nos acontece nos caminhos por onde andamos...
Como em torno de nós tudo está em constante mutação, sendo as variáveis inúmeras e desconhecidas, precisamos nos apoiar em nós mesmos, na nossa essência, ou nos perderemos neste redemoinho que nos cerca a todo instante... Hoje temos uma série de amigos, familiares, amores, que nos ajudam a viver com o carinho que nos dão, mas, de repente, isto pode se modificar. Alguém viaja e se despede de nós, outro parte para a pátria celeste e nos deixa saudosos, aquele vizinho que nos sorria sempre ao nos encontrar, já se muda para outro endereço... Enfim, a vida tem uma dinâmica cada dia mais rápida e nos afeta de formas variadas. Se não cultivarmos este contato profundo com nós mesmos, como ficaremos, todas as vezes que as mudanças ocorrerem?
Continuamos sendo... Mesmo que estejamos em um novo endereço, com um corpo mais velho, sem os mesmos amigos, com menos ocupação. Precisamos perceber que em nossa essência não houve mudanças e que podemos contar com esta presença sempre, mesmo que tudo vire de cabeça pra baixo, ou fique escuro e triste... A Vida em nós é eterna, as circunstâncias de nossa vida atual é que variam e mudam a todo instante.
Logo, por que não aproveitarmos as pausas que tivermos, para nos conectarmos internamente, estreitando e fortalecendo esta ligação vital com quem somos? Este é um encontro sem palavras, silencioso, que pode ser muito mais sentido do que explicado racionalmente. Mas conforta, nos fortalece e nos preenche de um Amor de qualidade única, que nada pede em troca.
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